Foto: Polícia Civil (Divulgação)
A Delegacia de Repressão aos Crimes Patrimoniais Eletrônicos (DRCPE) deflagrou, nesta terça-feira (26), a operação 'Segredo de Alcova', em Porto Alegre e Região Metropolitana. O objetivo foi desarticular uma associação criminosa que extorquia clientes de motéis. Cinco pessoas foram presas durante a ofensiva, que contou com mais de 30 policiais.
Conforme a investigação da Polícia Civil, os suspeitos faziam vigilância e registravam veículos na saída de motéis. A partir das imagens, utilizavam vazamento de dados e técnicas de engenharia social para identificar as vítimas, obtendo informações como nome completo, telefone e dados de familiares.
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Depois, os criminosos se passavam por detetives particulares e faziam contato via WhatsApp. Alegavam ter sido contratados por cônjuges para investigar supostas traições. Em seguida, ameaçavam divulgar as fotos e exigiam pagamentos para manter o silêncio. Os valores chegavam a R$ 15 mil por vítima.
De acordo com o delegado João Vitor Herédia, titular da DRCPE, o esquema era coordenado por presos do Complexo Prisional de Charqueadas. Do lado de fora, uma mulher de 27 anos atuava como cúmplice, responsável por fotografar os veículos e contatar as vítimas.
— Identificamos uma clara divisão de tarefas entre os membros do grupo. O esquema era comandado por presos de diferentes penitenciárias em Charqueadas, onde orquestravam a parte técnica dos crimes — afirmou o delegado.
Ainda segundo a Polícia Civil, o líder da quadrilha é um detento de 32 anos, preso desde 2016, com antecedentes por extorsão, estelionato, homicídio doloso, roubo de veículo e porte ilegal de arma de fogo de uso restrito. Ele fazia consultas de dados de veículos e vítimas de dentro da prisão.
Além dele, outro núcleo de três detentos também foi identificado em uma cela do mesmo presídio. O trio tinha antecedentes por tráfico, roubo e homicídio.
Até agora, a Polícia Civil já identificou 10 vítimas do grupo. Em cada caso, o prejuízo financeiro ultrapassou R$ 10 mil. No total, os criminosos chegaram a exigir mais de R$ 21 mil.
O nome da operação faz referência ao termo “segredo de alcova”, expressão clássica usada em literatura e jornalismo para se referir a segredos íntimos ou revelações ligadas a relacionamentos amorosos.